O ANJO DEPOSTO DOS CÉUS
No início era um grande vazio
Do espírito de Deus o brilho
Pairava sobre as águas da vida
E o ser perfeito na forma
Se expandiu tanto que assoma
Pela etérea extensão indescrita
E uma bela canção se formou
Neste instante se consagrou
O perpétuo ciclo existente
Uma nota era tudo que existia
Plenitude áurea da harmonia
Difusa pelo universo perene
Deus rodeado de anjos
Todos vestidos de branco
Tocam a suave melodia
Os espaços após os cânticos
Florescem em brotos candidos
Dando luz a celestial dinastia
Todos tocando felizes
Sólidos angelicos aprendizes
Ao tom indicado do criador
Cada qual em seu lugar
Sem pensar em lograr
A hierarquia que se formou
Quando um dos anjos de prazer
É imbuído, enceta a fazer
Um solo no canto sagrado
Ele canta, é alta sua voz
E a este vão os outros após
Sucumbindo até quase calados
E a bela suave canção
Apresenta um defeito então
Não é mais pela harmonia marcada
E criada uma nova sinfonia
Mais cálida, mais fria
Pelas vestes da inveja trajada
E na ânsia de ser como Deus
É o anjo deposto dos ceus
E colocado no vazio profundo
Sua música de beleza incerta
Cria uma terra funesta
Habitada por seres do escuro
Oh meu mundo de maravilhas
Da treva a corrente matilha
Jaz solta por sua plaga
Onde estás - meu mundo sagrado
Qual música chega mais alto
Qual sinfonia te estás arraigadas?!
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