UM OUTRO MUNDO

Ah mas quem faz diferença aqui,

Quem fará justiça por ninguém?

Saberá se amar, mas não por onde andar,

Pra que o fundo abaixo não seja ainda pior,

E gosto de andar descalço por entre a infelicidade.

Faço buracos em meus próprios traumatismos.

Dor é a sensação de se estar bem, quando tudo se revolta,

E alegria é se sentir seguro quando tudo está errado.

Mas não pode piorar, será que somos diferentes demais?

Um tiro na cabeça quase se acerta, ainda no crânio alojado.

Ainda não estou chocado, são tantas péssimas notícias,

Uma assombração no clarão desse tiroteio,

Uma solução dentro dessa sombra que se veio,

Quando não querer, querer.

Mas não tem um se quiser.

Só se além não tem nesse espaço,

Então vou acordar de manhã pra ver

O que aconteceu.

Se em tudo está, não vai achar, mas há bom senso.

No que seja, que seja então, súbito do incompreendido,

É o caminho por onde eu tenho me perdido.