Poema Morto

Na superfície da minha poesia você prefere colher coisas boas

Mas não sabia que nas camadas mais profundas

existem verdades e cadáveres

Meu amigo canibal aqui a dor está amordaçada

Lá fora os pássaros falam um dialeto

que ainda não aprendi

E descalço amassando a realidade

as ondas vem beijar os pés

O sol lança uma flecha de luz

entre nuvens profetas

Escolhemos fingir que vimos

algo atrás da linha azul

E quando a noite pousa sobre nossas cabeças

As estrelas revelão a face do infinito

O eterno luto do universo que

permanece mudo a séculos

Os santos dizem amem e somos atropelados

mil vezes por um trem crédulo

A planta não pede água e nem abrigo

mas sobrevive entre mortos e vivos

Dinheiro, Trapaça, Canalhas também estão nos contos de fada

E a princesa descabaçada ?

Na casa do doutor,professor,blefador mas não do sonhador

E esse jogo de interesses e chantagens bem nutridas

Pois é faz parte da vida.