FIGUEREDO

Quando se nasce, se olha pra frente,

e quando se morre, não se vê mais.

Te daria uma vida e meia,

pra que vivas tu e uma criança.

Vestiria as estrelas com teus pensamentos perfeitos,

e diria a solidão pra que desse seu jeito.

E venho ao por do sol, nessa manhã.

E vejo um céu escuro a noite,

só porque o teu tempo, não é o tempo dos homens,

nem o dos anjos, tão pouco só seu.

Este mundo que eu vejo

é um mundo desperfeito.

E o mundo que eu me lembro

é o mundo que eu não entendo.

mas não me desconheço, pois sou eu mesmo.

Na ganância não sou nada,

mas me cresço no brilho de teus olhos.

Não tenho medo de errar,

meu amor precisa viver e não se importar.

Com essa gente babaca e hostil,

que só fingem ser mais um amigo.

E até lá sei que te terei em bons lugares,

pois nasci figueredo,

mas não morrerei tão cedo.

Pra você fico acordado mais dez noites,

pra você eu ando mais um pouco,

e vivo como louco.

É você a minha opção de viver,

e vou te levar por um dia longo.

Até as portas do céu,

que se abrem ao teu pisar.