Lunar de Sepé
Em tempos remotos
Em plagas perenes
A Igreja singela
Surgia serena
No chão de Sepé.
Os aradeiros
Semearam os louros
Rasgando as entranhas
Da terra de ouro.
E a farta seara
Transformou a trilha
Das verdes coxilhas
Em louros trigais.
E ainda se ouve
Num eco perdido
O canto guerreiro
Dos aradeiros
Seus ancestrais.
Emerge do seio
Do solo ferido
Searas e cantos
Corais sacrossantos
De bois em rodeios.
Nos vales encantam
Cigarras e anuros
Quais livres andante.
Em rimas tribais.
E se somando
A estas cantilenas
Cantam seriemas
Nos seus pedestais.
Hoje é primavera
Floresce o caeté
São as labaredas
Que apontam veredas
À terra de ouro,
Lunar de Sepé!