CANÇÃO DA BÔBA

Eu olho o chão e rasgo a terra

racho meus pés no vão das pedras

caminho descalça sem caminho a seguir

apenas sigo andando

cantando o meu destino

caminho cantando

canto seguindo

Olho pro céu e vôo nas nuvens

suaves brumas que aquecem minha alma

velejo na noite com as estrelas

e me sento ao pé da Via Láctea

bem no sopé da minha sina

e mergulho na esquina da solidão

Eu olho pro mar e deixo a onda me levar

a água me toca e me lava

me tira a poeira dos pés

me livras das rachaduras das duras idas

de uma vida sem plumas

a água me liberta das brumas

e me põe a mergulhar em minhas destrezas

pra me livrar das mágoas

de uma caminhada de tristezas

Sou a Bôba, Sou a Bôba

Aquela que voces todos conhecem

que todos carregam em si mesmos

cantando as coisas que não gostam

ou que seguem por onde não desejam

Eu sou a Bôba, Eu sou a Bôba

Que canto versos desse jeito

como poeira que sobe ao céu

e cai nas águas do mar

eu subo e mergulho

mergulho e subo

feito ondas caridosas

com mãos de mãe cuidadosa

Eu sou a Bôba, Eu sou a Bôba

Eu sou a Bôba, Boa Bôba

Bôba Boa!

Vida Boa!

Bôba Vida!

NENINHA ROCHA
Enviado por NENINHA ROCHA em 09/05/2007
Reeditado em 25/05/2007
Código do texto: T481329
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