CANÇÃO DA BÔBA
Eu olho o chão e rasgo a terra
racho meus pés no vão das pedras
caminho descalça sem caminho a seguir
apenas sigo andando
cantando o meu destino
caminho cantando
canto seguindo
Olho pro céu e vôo nas nuvens
suaves brumas que aquecem minha alma
velejo na noite com as estrelas
e me sento ao pé da Via Láctea
bem no sopé da minha sina
e mergulho na esquina da solidão
Eu olho pro mar e deixo a onda me levar
a água me toca e me lava
me tira a poeira dos pés
me livras das rachaduras das duras idas
de uma vida sem plumas
a água me liberta das brumas
e me põe a mergulhar em minhas destrezas
pra me livrar das mágoas
de uma caminhada de tristezas
Sou a Bôba, Sou a Bôba
Aquela que voces todos conhecem
que todos carregam em si mesmos
cantando as coisas que não gostam
ou que seguem por onde não desejam
Eu sou a Bôba, Eu sou a Bôba
Que canto versos desse jeito
como poeira que sobe ao céu
e cai nas águas do mar
eu subo e mergulho
mergulho e subo
feito ondas caridosas
com mãos de mãe cuidadosa
Eu sou a Bôba, Eu sou a Bôba
Eu sou a Bôba, Boa Bôba
Bôba Boa!
Vida Boa!
Bôba Vida!