Imagens giratórias



Poderia ser um sonho
Se sonho eu quisesse que fosse
Essa ira que se inicia
Porque sou o único culpado
Pelos cenários que aqui se cria.

Quando a minha mãe
Me deixou sair de dentro dela
Uma fumaça invisível Feérica
Fez sumir sem ser percebido
O bebezinho da mamãe
E no seu lugar ficou este que agora
Trilha um rio de montanhas russas
Como se a vida fosse guardar uma coisa
E depois jogar a coisa fora.

Por isso eu escrevo assim
Aforismos sem fins
Traduzindo imagens giratórias
Confundindo muito mais que expondo
O verdadeiro sentido da roda
Para que eu faria diferente?
Se não sou representante de nada
Se não sou anjo – se não sou demônio
Se tudo que sou guardo comigo
De uma maneira tão secreta e tola
Que nem sei o que sou agora...