Noites Ensolaradas 



Essa espuma obesa
Resistente
Grudada na alça porosa do tempo
Em uma noite fria
Converte
O que era insônia em filosofia
O que era dor em poesia
Tendo antes subitamente dissipado
Ao redor de minha áurea
A materialista melancolia.

Sobre a cabeça
Essa ânsia de noites ensolaradas
Debruçadas em todas as direções
Como entulhos interrompendo a estrada
Frustrando a fuga
Prolongando as Incertezas
Auto-medicando
Doses diárias de coisas indesejadas.

Essa fadiga estendida
Sob o lençol como uma afronta
Repentina e maldita
Regida pelos Deuses do sono ausente
Dentro da minha cabeça exausta
Desparafusando o mundo a minha volta
Despertando fantasmas...