A COVA DOS PRAZERES
Deserto de tórridas plagas
Fonte de venosas aguas
Areias ardentes em brasa
Ventos de facas em gelo
No andar perdido pelo
Horizonte tenebroso do nada
Ares medonhos, sombrios
De sangue a chorar um rio
De lágrimas negras vertendo
Nuvens escuras espreitam
Raios de ira lampejam
Puros condenados gemendo
No pelago de gelo sepultados
São pobres, desamparados
Afogados por aguas da morte
Na vida são sombras que passam
E o nome não marcam
Em panteon de algum porte
Desgraçados morcegos alados
Em obscuro abrigo confinados
Sem verem a luz do dia
Como nunca antes luz avistaram
Por realidade as sombras tomaram
E seus olhos se ofuscam ao que brilha!