ENQUANTO ESCREVO

Enquanto escrevo

no cais da alma

revelo um tanto

do caos à calma

do riso ao pranto

da mágoa ao vício

dos precipícios

da luz ao escuro

da ponte ao muro

da brisa ao vento

dos sofrimentos

das tempestades

da maré alta

do excesso à falta

do voo ao abismo

dos aforismos

dos absurdos

silêncio e falas

de quarto e salas

e, do que resvala,

no que revelo

enquanto escrevo

não sou escravo

do que descrevo

ENQUANTO ESCREVO – Lena Ferreira -