Coisas do cotidiano

Planejamos os nossos planos

e os planos nos abandonam por falta de pano

para completar uma remenda, mas não se surpreenda,

porque pano falta para todo mundo, até para quem não tem plano.

Nos danamos, mas planejamos,

pois não previmos a seca e o preço do tomate

e um combate, outro rebate e alguém no rebote,

mas não podemos deixar de planejar.

O plano A, plano B e se você quer saber,

até um plano C, como o do Cebolinha,

contra a Mônica, da estorinha,

que quando vinha, já vinha com a solução.

A varinha de condão, a lâmpada e o gênio.

Efigênio, meu vizinho, também planeja,

enseja um salto, mas num sobressalto,

substituiu o planejar pelo sonhar,

pois não mais há o tempo que o tempo dá

e agora é pegar ou largar ou não pegar.

Quem pega gera provas contra si mesmo

e nesse caso é melhor não planejar.

O cimento é um tormento para quem não quer edificar,

mas foi fundamental para o funeral do Juliano,

naquele fatídico final de ano,

mas isso ele sequer pensou e nem planejou.

Se esqueceu de escutar.