Sem pretensão

Não faço questão de ser entendida

Tudo em mim é e depois não é mais

Começa e acaba no mesmo instante da paz

O frio me entende, me acalma

Acordo querendo dormir

Parto querendo chegar

Sem uma lágrima parir

Ou sem boca para beijar

Preciso das horas para jogar

Necessito do tempo para enganar

Trago o absurdo nos olhos

E uma ternura no olhar

Marcada por ausências sem sentido

Respostas sem perguntas

Sussurros ao pé do ouvido

Aonde está a árvore que plantei?

Qual o fruto que ainda não comi

Porque errei quando me despedi

Sem sequer dizer adeus?

Afasta de mim essa fonte

Destrói por favor essa ponte

Enterra de vez o meu saber

Não quero um horizonte

Preciso de vazios para escrever

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 17/11/2014
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