Velhice
Faminto,
A boca do mundo
Solta teu hálito.
Varrendo-me as faces,
Embranquecendo-me os cabelos,
Encurtando-me os passos.
Olho-me
Neste espelho perturbador...
Revelador de histórias que não contei!
Envolvi,então, este passado
Em laços de fita
Que, na soleira de tua porta,
Depositei.
Sinto o beijo de Deus!
E a boca do mundo,
Fecha-se,
Recheado de mim.
Sou feto...
Sou embrião...
E fim.