O Sopro no Barro

O Sopro no Barro

Descansando a beira de um rio tranquilo,

Eu fechei os meus olhos e então adormeci.

E não havia nada além do vento ao ouvido,

Uma poeira densa envolta ao redor de mim.

Como pôde o tempo ter me levado ao início?

De que me valeria este tão doloroso sacrifício?

Então era tudo escuro e a terra era toda vazia,

Abismo adormecido pelas trevas que o cobria.

E sobre a face das águas um espírito pairava,

Levou-me a terra firme, mostrou a desordem.

E ali houve separação como também equilíbrio.

O ambiente sobrenatural para surgir à criação.

E o vento veio novamente forte e impetuoso,

O barro movimentava com intensa ondulação.

Calculadamente cada traço tomava sua forma,

Um ser ia surgindo para além da compreensão.

Dessa vez fora soprado um ar singelo no barro,

Nascia então uma obra prima do divino espírito.

Que tinha parte humana e outra parte celestial.

Fez-se o homem imagem e semelhança de Deus.

Victor Cartier

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 27/01/2015
Reeditado em 27/01/2015
Código do texto: T5115484
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