O farol

Eu trabalho no emprego que ninguém quer,

Mas é essencial para todos,

Não me orgulho,

Isso não é uma atitude humana...

Em meu posto, eu vigio o limite,

Entre a vida e a morte,

E criaturas que escapam das trevas,

Posso impedi-los...

Como um farol que guia navios,

Eu estou fadado a ser,

Todas as noites eu guio perdidos e monstros...

Mas meu mar, não tem água...

Milhões e milhões de almas,

Que um dia foram pessoas vivas,

Hoje estão caminhando,

Entre o paraíso e o inferno sem saber...

Escuto varias histórias,

Sem saber para onde vão,

Demônio os convence do contrario,

Com o farol,

Tento iluminar o bom,

Mas o mal sempre vê,

Ai têm brigas...

Nos rochedos com pontas de agulhas,

Eles sempre tentam subir...

La existe uma grande concentração de maldade...

Ou loucura...

Mas para o sul,

Meu farol não vai longe,

É uma terra desconhecida,

Controlada por uma lenda,

A tal dama do escuro...

Há 71 anos estou fadado aqui,

Minha família pensa que sumi...

Mas estive aqui fazendo meu trabalho,

Como foi dito há muitos anos atrás...

Em um dia pensei ter morrido,

E no outro o farol era todo meu,

Mas o que vejo aqui,

Ninguém pode explicar...

Virar o farol em almas que nunca vi,

Mandá-los para as trevas de novo,

Por muitos anos me perguntei se isso era certo,

Eu nunca os vi na vida...

Embaixo de mim uma escuridão sem fim,

Acima de mim um caminho difícil para o paraíso,

Mas nunca pedi para estar aqui,

Muitas pessoas que conhecia tive que mandar para a escuridão...

Mas há muito tempo estou aqui,

Mesmo sem uma religião,

Defendo algo que acredito ser bom...

Meu farol meu escudo...

O caminho para cima sempre é mais difícil,

Até hoje, só vi inocentes passarem por aqui...

Sem padres ou pastores...

Eles foram sugados para ilha do farol...

Durante 71 anos estou aqui...

Gostaria de morrer,

É um trabalho doloroso,

O farol queima o que sobrou da carne...

Para alguém que morreu e não percebeu,

A dor é infernal...

Há muitos que gostaria de ajudar...

Ótimas pessoas...

Mas estou fadado em meu farol...

De longe vejo o amor deles...

Eles não querem ir para a escuridão,

Preso em minha sala,

Não posso fazer nada,

Então sou obrigado a ver a mesma cena...

Eles caminham como se tudo tivesse acabado...

Então fico triste,

Por ver tamanha atrocidade,

E não poder fazer nada,

Estou preso...

Com meu farol vejo um canto distante,

Onde uma criatura tenta se esquivar,

Nunca vi nada mais medonho do que essa criatura...

A luz o manda para baixo como sempre...

Não me lembro por que estou aqui,

Mas farei o meu melhor...

Esse farol pode iluminar vários caminhos...

Cristiano Siqueira 03/04/15

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 03/04/2015
Reeditado em 03/04/2015
Código do texto: T5193174
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