Sobre a minha Primeira Poesia

Uma garota pequena e sonhadora

Carregando em suas mãos um caderno antigo e uma caneta

Versos feitos com carinho, inocência, à pedido da professora,

Impressos no papel em uma escura tinta preta.

A ponta tocando o papel, cuidadosamente ilusória

Então, ela parou e encarou sua folha em branco.

O que iria escrever? Mal viveu alguma coisa para contar história

Mesmo assim, escreveu, uma escrita em um passo lento e manco.

E ali, ela colocou toda as frustrações

De seus 7 anos de idade,

A revolta por ter esquecido de fazer suas liçoes,

O não entender do porque não podia sair sozinha na cidade.

No caminho, ela percebeu que a aliviava

Poder desabafar pequenos problemas em uma folha de papel

Rimas fracas, mesmo assim, não importava.

Porque passou a ouvir os cantos do céu.

Começou a escrever os diferentes tons de azul do anoitecer,

Passou a entender a língua das árvores,

Conseguiu enxergar o que ninguém mais conseguia ver:

As notas de canela na melodia das aves.

E o seu mundo se expandiu conforme ia crescendo

Versos mais ousados, uma poesia cuidadosamente trançada

Na fina tapeçaria frágil que era os dias em que a garotinha ia vivendo

E era tao belo que ela se perguntava se era ela a errada.

Introvertida, antisocial, inteligente, bom coração.

Já viu anjos disfarçados de pessoas e demônios usando terno.

Sentia todo o dedilhar de cada emoção

Somente nos versos de um caderno.

Sara Melo
Enviado por Sara Melo em 13/04/2015
Código do texto: T5205727
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