O dueto dos espelhos

(Primeira voz)

Que faço agora...

Minha contradição,

o espelho oculto.

Se vai embora,

quando volta,

permaneço mudo,

eu o culpo!

(Segunda voz)

Não importam os motivos,

quando sente que algo falta,

Se percebe que a vontade falha...

Não estou olhando, vejo que precisas de mim.

(Primeira voz)

Chamo você de antítese, de contrário.

Não contempla mal o horizonte

A vida não tem apenas um lado.

Ou vai se esquecer, assim me perde, perde o teu sentido.

Se for meu oposto, é parte.

(Segunda voz)

Tua parte.

Mudo, eu sei, mas estou aqui.

Me manifesto a cada ousadia.

E sempre me renegas

Não pressente uma brutalidade?

Fatalidade do acaso, controvérsia.

(Segunda voz)

Se não existo, não sonhas.

Que vê no espelho quando reflete tua imagem?

Minha face? Fita teus sonhos.

Contempla narciso, uma miragem.

Reages de novo, rezando no escuro...

Olhando sozinho.

Teu eu onírico, ao contrário no espelho.

Seguindo o sonho como um caminho.

Gisele de Andrade
Enviado por Gisele de Andrade em 23/04/2015
Reeditado em 15/08/2017
Código do texto: T5217971
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