ARCANO ANCESTRAL

Enriqueça-me ó pedra dourada.

Eu que sou pobre imundo,

e procuro a irreconhecível igualdade,

dos olhos poluídos do mundo,

que em nada me fez voltar pra trás,

e que sabe em muito,

mas que muito não o faz.

Enriqueça-me ó pedra dourada.

Pois és o meu ouro, e a quem me apego,

eu sou adornado pelos enfeixes memoráveis,

de um passado até agora ultrapassado.

Eu sou seu Arcano Ancestral,

aquele que é cego por coração,

e endivida-se na sua nata nobreza,

Por que eu também tenho refeito os teus passos.

Não vejo mais, a luz da sua lâmpada,

Mas também não espero conseguir aceitar,

como a mãe que amamenta seu próprio filho,

Vale lembrar de que se me amas de verdade,

Irá comigo viver um dia de cada vez.

Isto por que a escuridão se alimenta

de uma tristeza até então exótica.

Eu que falo das tuas palavras.

Eu que repouso do teu ombro,

Me levas então, ao meu amor