O lago

Minha vida,

Registrada em fotos,

Meus amigos,

Estatuas presa nas paredes...

Em um momento de raiva,

Quero destruir tudo,

O doce gosto,

Liberdade que se foi...

Vejo que estou no fim,

Pois não sei o que mais escrever,

Talvez tudo já tenha sido contado...

Tem sido uma tortura ouvi-los,

Eles estão tristes e sozinhos como eu,

O tempo parece não passar aqui,

Talvez para servir de castigo...

No centro da floresta,

Existe um lago, que dizem não ter fim,

Sempre me pergunto como isso seria possível,

E para o que serve.

Há como estamos cansados...

Certa vez tentei ser corajoso,

E afundar no lago,

E vi fantasmas dançando no fundo...

O incrível lago,

Com sua superfície calma,

Sua água que muda de cor a cada estante,

E seus segredos afogados no tempo...

Mais uma vez ela vem,

A garota de branco,

Para colher as garrafas com bilhetes,

São segredos das pessoas,

Desejos...

Estou nesse barco há três dias,

Olhando para o estranho fundo do lago,

Suas águas parecem frias,

E silenciosas,

A grande lua que nasce do fundo do lago,

Uma cena divina...

E as águas se iluminam,

Como se acariciasse a lua,

Enquanto a lua sobe,

Existe um velho garimpeiro...

Que revira a lua em busca de ouro,

Todas as noites posso ver ele,

Ate a lua ganhar altura,

E ele pular no lago.

Mais uma vez,

Os fantasmas dançam,

Dessa vez parece,

Que as águas balançam com a musica,

Que parece triste,

Como todo nesse lugar,

O céu estrelado,

Como um grande palco,

Para uma dança triste no fundo do lago...

E monstros aquáticos jogam pedaços de peixe no barco,

E posso ver velas acesas La no fundo,

Mas o que acontece La?

Balanço e balanço,

Enjoo com loucura,

Vejo ondas no lago,

Que se transformam em imagem,

De pessoas que não vejo mais...

E de repente tudo para,

Estou eu sozinho,

Perdido na calma do lago,

Ouvindo seu silêncio...

Às vezes vejo uma grande serpente,

Que demora dias para acabar,

Ela nada com tamanha graça,

Que não move as águas,

Logo depois passa um navio fantasma,

Com sua tripulação condenada,

Seus olhos vazios e tristes...

Há cem anos repente essa caça,

Todas sem sucesso,

Seu descanso nunca chegara,

Comandados por um capitão louco...

Tento entender por estou aqui,

Tudo aqui é louco e sem explicação,

Como o velho que vem todas as noites,

Em cima de um tronco.

Ele pergunta que horas são,

E se eu desejo ir embora,

Fico com vontade de dizer sim,

Para ver o que acontece...

Estou curioso,

Quero conhecer o fundo,

E ver de perto toda sua mágica,

Devo deixar de ser covarde e pular...

Homens corajosos desbravam o desconhecido,

Mergulham na loucura,

Arriscam suas vidas por respostas,

Mesmo que ninguém se interesse...

Eu sei, é triste,

O mundo precisa de curiosos,

Bem aqui esta um,

Despeço-me da doce velhinha que sempre diz boa noite...

Aqui estou eu,

Diante do desconhecido,

A linha do covarde e do valente,

Lagrimas caem dos meus olhos...

Estou feliz,

De verdade,

Tenho coragem para pular,

Não sou mais covarde...

Todos parecem aplaudir,

Estão felizes comigo,

Enfim fui reconhecido...

Quando caio na água,

Logo sinto seu frio,

Mas continuo nadando para o fundo,

Fundo, fundo e mais fundo...

Quando não vejo mais a superfície,

O espetáculo começa,

Do escuro do fundo,

Os fantasmas vêm dançar...

Então estamos todos dançando no fundo do lado,

Onde a tristeza é afogada,

E a garota de branco,

Vem compartilhar os segredos da garrafa comigo...

Onde pude ler meu próprio bilhete,

Que há anos avia mandado para o lago.

Onde dizia’ me leve embora da realidade, por favor... ’

Eles estão me matando com seus remédios e verdades,

Um homem deve ter o direito de escolher seu mundo...

Um homem deve ter o direto de escolher como morrer...

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 01/05/2015
Código do texto: T5226450
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