Transposto em alvorada!
Um coração de gelo!
Assim sempre o viram...
Frio, gélido, isolado.
Ninguém perguntava se ele estava bem.
Ninguém !
E por isso sofria, só, na sua frialdade.
Gelo, vento, rodopios
Arrepios!
No coração, na alma,
Na dança da vida!
No fervor do movimento
O coração de gelo
Sucumbiu...
Deixou-se levar pelo ardor
E pelo sonho
Mas um sonho real
Que só a ele importava
Que só a ele devia reverência.
Os limites foram-se!
Os medos diluíram-se!
Da luz pálida, gelada
Surgiu imagem em cores
Do passado,
O presente, único, livre,
Transposto em alvorada!