Descomplicando

Puxa vida !

Estou tão feliz de estar de bem com o Brasil

Fiquei de mal muito tempo

E foi um deus me acuda

Um pesadelo que não queria acabar

E agora que acabou

Fica me enchendo o saco

Para voltar !

Mas eu não permitirei que ele volte

Agora que ele se foi

Vou esperar meus sonhos de menina

Para nos braços da eternidade

Recomeçar a sonhar

Meu Brasil Brasileiro

Que dorme nos braços de tantas culturas diferentes

Parece que adormeceu para sempre

Nos sonhos de criança da humanidade...

Sem parar de crescer

Esquece o tempo

Esquece o amor

Esquece a alegria

E não quer acordar !

E agora José ?

E agora Maria ?

Como fazer o gigante

Parar de sangrar ?

Nos meus sonhos de menina

Ele dança num barco de estrelas

Cantando a esperança nas àrvores

Que seres desumanos

Não param de matar !

Quanta tristeza ver

Meu Brasil se acabar

Correndo num rio de làgrimas

Sem terra

Sem verde

Sem garra

Sem força de parar...

Là se vai meu pranto

Não sei aonde

Nem quero saber

Um dia se vai

Logo outro vai nascer

Não sei mais o que escrever

São tantas as coisas a dizer

Uma tempestade de palavras

Que me deixa sem saber o que fazer

Um passarinho acaba de cantar

Acho que ele levou a tempestade

Para não me ver chorar

Não sei se nascendo no Brasil

Eu me perdi da França

Ou se quando vim pra França

Me perdi do Brasil

È um tanto complicado

Complicadìssimo de montão

Por isso estou tentando descomplicar

Essas e outras complicações

Que mergulham meu ser

Num oceano de confusão

Ah ! quem me dera

Ser uma bolinha de algodão

Voar

Voar

Voar

Sem perder meus passos

Agarrados nesse chão

E se voando me perdesse

Voltaria pro sertão

Comer feijão com farofa

Até achar meu coração

Complicação que vem de longe

De onde não sei

Ela vem de alguma estrela

Caindo nas ondas do mar

Ou do pranto do sol

Que me deixou a pensar...

Pensar no que perdi

E tambem no que achei

Pensar no andar da lua

Dando voltas sem parar

Voltei de algum lugar

Que rodava no luar

Não me lembro se na areia desabrochei

Ou se caì no mar

No mar

No mar andei

Andei a me procurar

Olho se tem alguma porta no céu

Algum rastro do que foi

Uma làgrima

Um sorriso

Qualquer coisa

Que não seja meu pranto a navegar

Se por acaso encontrar alguem

Que comigo queira viajar

Deixo a tristeza no meu canto

E sò volto para amar !

Rita De Aragão Santana
Enviado por Rita De Aragão Santana em 02/05/2015
Reeditado em 02/05/2015
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