Alma má

Onde estamos obedecemos a um senhor cego,

Nas escuras paisagens do inferno,

Mas quero sair,

Acredito que tenho muito potencial para essa merda de lugar...

No escuro da noite fria iluminada pela lua de sangue,

Eu posso sair,

Caminhar entre humanos,

Tudo que foi proibido para nos...

Vago nas sombras observando,

Humanos sendo humanos,

E como são mesquinhos...

Lembro-me há muito tempo atrás,

Quando era um humano,

Preocupado com trabalho e família,

Ate o dia que tive que pecar para cuidar deles...

O padre disse que Deus me perdoou,

Mas não me sinto limpo,

No mês seguinte,

A sena se repete...

Meus filhos famintos,

Minha esposa doente,

Tive que roubar,

Não queria que eles sofressem...

Em uma noite,

Em mais um roubo por comida,

Fui cercado pela guarda real,

Claro fui preso e morto...

Mandado para o inferno,

É claro...

La pude ver o mal verdadeiro,

E pude ver por que poucos tem muito,

E muitos tem poucos...

Nesse lugar a realidade é outra,

É escuro e frio,

Tive minha carne devorada por demônios,

E logo estava vivo para mais...

Minha família morreu,

Como eu já esperava...

O ódio cresceu em mim.

Então quero vingança,

Quero que sangue seja tirado...

Assim como de minha família que passava fome...

A tristeza leva ao ódio,

E o ódio leva a loucura,

Assim foi para mim,

Com olhos de lagarto...

Finalmente pude voltar,

A esse mundo imundo,

Para espalhar meu ódio,

Acabar com seu conforto...

Comecei a sussurrar para os mais violentos,

E eles mataram como eu pedi,

Pude abalar a igreja local,

Pude libertar o mal de cada pessoa...

Com minhas assas vou à cidade,

Espalhando o ódio,

Assim aprendi no inferno...

Posso urrar bem alto,

É meu domínio,

Eu consegui,

Tive minha vingança...

Mas que diabos,

Não me sinto livre,

Por quê?

Eu não sei...

Então a lua negra chega,

É onde o inferno domina a terra,

Ou seja, o fim...

Devia estar feliz,

Estão todos aqui,

Os comandantes do inferno,

Eles me dão os parabéns...

Mas por que não estou feliz?

Olho para o céu,

E tudo que vejo,

É um grande portal do inferno...

Estou parado,

Com assas de morcego,

Garras de bestas,

E olhos de fantasmas...

Vendo a destruição que se aproxima,

Logo tudo acabara,

O mundo onde minha família morreu,

O mundo onde eu morri...

Sei que nunca vou velos,

Mas farei questão de usar meu poder,

Para devastar esta terra,

Meu ódio será minha espada...

Quando foi dada a ordem para destruir,

Eu me senti um Deus,

Mostrando para os humanos o caminho para o inferno,

Depois de três dias não sei se estou certo...

Um antigo demônio veio ate mim,

E contou uma historia,

Onde um demônio se apaixonou por um humano,

No inicio não acreditei...

Então ele explicou,

Como era possível?

Esse demônio acreditava nos humanos,

Por quê?

Então pude ver através de minhas escamas,

Onde havia um coração humano,

Quase morto...

Como pude por todos esses anos,

Estar errado,

Meu ódio me segou,

Minha loucura trouxe o fim...

Então devo lutar?

Mas são mil demônios,

Como vencerei?

Não sei a resposta,

Mas tentarei,

A maioria deles,

Parece movido pela ambição...

Sou um dos poucos que se movem pelo ódio,

Sou mais forte,

Mas nunca imaginei lutar contra eles,

Como será isso?

Embaixo dessa forma medonha,

Ainda bate um coração humano,

Lembro das palavras de minha esposa,

Do sorriso de meus filhos...

Então Olhando os demônios chegarem,

Não senti que devia fazer por Deus,

E sim pelas belas almas que estavam ali...

Pode ser loucura,

Mas comecei a atacá-los,

Foi um susto para eles,

E para mim, que me chamavam de irmão...

Isso tudo foi um caos na terra,

Os arcanjos nem se intrometeram,

Viram que mesmo sendo um demônio,

Eu estava certo...

Como era de se esperar,

Teve muito sangue e morte,

O céu escureceu,

E nosso senhor ficou furioso...

Mas lutei por aquilo que achava certo,

O império do inferno virou uma rebelião,

Muitos lutaram, muitos fugiram,

Como covardes que sempre foram...

Essa noite ficou conhecida,

Como o sopro de bondade do inferno,

Uma sátira para demônios mais severos...

Foi assim que acabou,

O exercito do inferno parou,

E eu estou morrendo mais uma vez,

Doce ironia...

Com meu peito varado por uma espada,

Eu não sei para onde vou agora,

Sinceramente não ligo,

Fiz o que achava certo.

Sem Deus apoiar,

Ou o próprio Lúcifer,

Danasse vocês,

Estava agindo por conta própria...

Não sei como será agora,

Não sou o mais indicado para dizer isso,

Mas, humanos lutem por suas vidas...

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 02/05/2015
Reeditado em 05/05/2015
Código do texto: T5228518
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