o jardim feérico




Sob espinhentos galhos do jardim,
Virginal sono,uma pavana embala.
Sinuoso caminho de brancos jasmins,
O cantar da cotovia enfeitiça e cala...

Ah!Acorda adormecida,graciosa musa!
Que minha vida ,deserto sem flores,
Morre,aos poucos,gemente de dores,
Minh’alma,cativa ave,no peito reclusa.


Que criança é esta,o pequeno polegar?
Saltitando sobre lisas pedras da ribeira,
Com duendes e bruxos,eterno brincar,
Assombram,até as fadas da cachoeira!

A madrugada cortada por assobio fino,
Parece,então, o mais estranho ambiente.
Ao cair da noite,porém,adormece,silente.
O polegar pequeno,encantado menino...

Súbito, entre pedras,verde serpente ...
Destilando tenebrosa,venal peçonha,
Ilusão de quem morre,mas não sente.
Ah!Que,enfim,não agoniza,apenas sonha...

Imprevisível encontro,o conto encerra,
Da infame feiúra e maviosa beleza,
Na meiga face repulsivo beijo da fera.
Gotas de orvalho fresco caem na terra...

E, o jardim feérico deslumbrante,
Dos oníricos sonhos de esperança,
Arrebata a fantasia por um instante,
Revemos velhas historias de criança...





Este poema foi baseado na peça de Maurice Ravel “Ma mére loye” a suíte mamãe ganso que retrata num poema sinfônico ,alguns contos infantis.
Na sequência

A bela adormecida,O pequeno polegar,A imperatriz do pagode (serpente verde),A bela e a fera,e o Jardim feérico