DEITADO NO MEU CAIXÃO

E aqui estou eu, deitado no meu caixão,

acho que o pesadelo veio me visitar,

mas não consigo falar.

Deitado no meu caixão, à dois palmos do chão,

flutuando na imensidão,

tento... mas não consigo dominar.

Talvez tenha morrido, não sei mas não tem sentido,

não pode ser, morto não pensa em poesia.

Talvez seja um pesadelo, amanhã é outro dia.

Deitado no meu caixão, minhas mãos estão dormentes,

parecem inchadas, nada sentem,

talvez devaneios de um demente.

Não pode ser, não quero estar morto,

tenho muito que escrever, na Poesia tenho guarida,

não pode ser, perder eu minha vida.

Não tive a despedida, de todos à quem amo

não pode ser, não morri,

tenho que tentar algo neste momento profano.

Não tenho a sensação de Paz,

desconheço os sentimentos

entrego-me a este momento.

As tábuas do meu caixão, me trazem a sensação

por ser assim taciturno

ser mudo, não ter paixão.

Acordo desesperado, com o coração acelerado,

com o corpo duro estranho, sem sentir nada, indolente.

Como se fora sepultado, e da terra retirado.

Mãos dormentes, tremores, serrando os dentes,

já sei. fui vitima novamente

de ti doença vil, covarde e onipotente.

NELSON TAVARES

Nelson Tavares
Enviado por Nelson Tavares em 13/08/2015
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