O batuque do peito
Ainda escuto o barulho dos pés no chão barrento
Ainda escuto os gritos em meio das sementes balançando
Ainda escuto o batuque do tambor oco e vermelho
Vermelho sangue forte que torna o silêncio menor
Maior é a batida que há dentro de mim
O batuque do peito oco e do coração fosco e valente
Corajoso e selvagem
Coração grande como a mata dessa terra
Molhada por águas escuras
Mata cheia de perigos onde só nativo de peito oco conhece
Caça, reza, dança, canta, protege
E é protegido pela natureza
Nativo digno de sabedorias e crenças
Raça única, raça primária dessa terra.
O tempo passa...
O silêncio mata o tambor oco
O tempo passa...
O homem mata o coração oco do selvagem.
Índio forte, riquezas e tradições.
Homem branco, espelhos e navegações.