O batuque do peito

Ainda escuto o barulho dos pés no chão barrento

Ainda escuto os gritos em meio das sementes balançando

Ainda escuto o batuque do tambor oco e vermelho

Vermelho sangue forte que torna o silêncio menor

Maior é a batida que há dentro de mim

O batuque do peito oco e do coração fosco e valente

Corajoso e selvagem

Coração grande como a mata dessa terra

Molhada por águas escuras

Mata cheia de perigos onde só nativo de peito oco conhece

Caça, reza, dança, canta, protege

E é protegido pela natureza

Nativo digno de sabedorias e crenças

Raça única, raça primária dessa terra.

O tempo passa...

O silêncio mata o tambor oco

O tempo passa...

O homem mata o coração oco do selvagem.

Índio forte, riquezas e tradições.

Homem branco, espelhos e navegações.

Alomorfia
Enviado por Alomorfia em 16/08/2015
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