Pessoas

Quantos eus tenho eu em meu eu remoto?

São tantos santos quanto o sal no pranto,

E em cada um dos cantos há um canto,

Um quadro, um sino, a faca e aquela foto.

Em poucas notas vai-se a melodia ,

Encerro a cota, faço outros modelos,

Um outro eu assume e vai morde-los,

Depois chora ao perder sua utopia.

E temo tanto os outros eus banidos,

Que sem coragem faço outros eus sós,

Que só eu mesmo sei quão somos nós.

Somente eles entendem ser bandidos.

Remoto ao meu passado um passageiro,

Para guardar meu eu noutro celeiro.