Uma alma algema a ilusões procurando a chave para uma verdade dolorosa

Ei! senhor

o que fazes aí sentado?

A anos esperas por alguém

Que no fundo sabe que nunca vai voltar

E quem sabe até descobrir que essa pessoa

Nunca se foi de verdade, porque nunca existiu.

A neblina está mais densa,

Mas não é problema.

Não enxergo mais.

Não sei distinguir realidade de ilusão.

Esse frio que toma conta do meu corpo

Sobe pelos pés até o pescoço.

Aquela menina que brinca todo dia com sua boneca,

Nua, no vazio da escuridão.

Sua face tão pálida, e tão doce.

A tristeza de uma alma que não consegue ir embora.

Quando a vejo, uma melodia triste

Penetra meus ouvidos,

Estimula meus pensamentos mais escuros,

E o medo que me fascina.

Essa menina, com os olhos tão maduros.

Ela não me vê

Ela nunca me vê

Eu imagino porque

Gostaria de ajudá-la.

Mas sua música triste

Já me fascina!!

Seu rosto pálido

Já é lindo aos meus olhos.

Não quero que ela vá embora

Não sinto mais frio

Nem fome

Meus olhos se perdem na escuridão

E nas linhas de lágrimas

no rosto da minha linda criança

Meu coração não bate mais

E as noites frias não são como antes.

Começo a imaginar

Que a alma triste que não consegue ir embora

É o reflexo que não aparece mais no meu espelho

O coração que não bate mais no meu peito,

Frio e medo que não me dominam

Não sinto nada, nada além de um vazio.

Eu e minha melodia triste

Esperando pelo último “suspiro”

A brisa balança as copas da arvores

Mas não tocam mais meu rosto

Não balançam meus cabelos

Eu queria tanto poder ir embora