Sonhos da menina

E a noite cansou o olhar da menina

Que esqueceu até da própria rima

E o sonho resolveu então convidar

E querendo, se deixou assim, levar

A poesia, sem querer, adormeceu

Deixou o verso descansar um pouco

Esperando dia que ainda não nasceu

Ouviu uma coruja cantando no toco

A Lua no céu passeava entre brumas

E as estrelas brilhavam, vez ou outra

E ansiosas para que a escuridão suma

Queriam ver o mar, as ondas e a ostra

Queriam ouvir canto das belas sereias

Aquelas que prendiam os marinheiros

Puniam com morte, inércia nas areias

E nessa mistura de sonhos aventureiros

A menina sonhava, mesmo sem querer

E um sorriso leve, dos lábios desprendia

Assim vida passava da noite ao alvorecer

No fim se perdia, entre realidade e poesia.