COMUNICADO - TEMPO DE AUSÊNCIA

... amo escrever,
eu me escorro rios todos
os dias,

sobre o ser
e suas coisas e senciências,

sobre o amor, a dor
e o rancor,

sobre o que seja
ou não do ser e de seus sentimentos,

sobre mim
e sobre o que não seja
de mim,

sobre pensamentos
e desvarios de minha mente,

mas que nem
sempre me pertencem.

Escrever 
se tornou para mim o que chamo
de deserto: um deserto
que julgava 
seguro.

Evito comentar
poesias, e não quero comentários em poemas
meus. 

Isolei-me,
mas isso também depende 
de crerem em mim.

Anos e anos
escrevendo, escrevendo, escrevendo
angústias, chuvas e lágrimas
em versos,

e para quê,
se não me crê a pessoa de que
tanto gosto?

Assim, confino,
por enquanto, e não devo viver
muito mais,

minha mente,
como quando era menino
e guardava meus sonhos nas traves
da cama de cima 
da beliche.

E amarei
em silêncio, até que a morte
me silencie eternamente,
mesmo sem a crença
de quem amo.

Minha vida,
sexo com apenas uma mulher
na vida,

caí muito também
na vida, advindo do pior que me havia,
o ego em ação;

estou me ausentando,
e declarando meu skype extinto
e extintas quaisquer contatos ou possibilidades
de contatos,

inclusive de luz de cristal.

Minha escolha está
solidificada em uma decisão
que me conduza a uma pureza
maior

e a uma crença
de uma pessoa em mim,
da qual não posso me desapegar,
por amor.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 01/08/2016
Reeditado em 01/08/2016
Código do texto: T5715625
Classificação de conteúdo: seguro
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