O Eremita

O velho eremita em transe desértico

Sua capa balança sob sol ardente

Suas narinas filtram as areias

Seus olhos esbarram em açoites de luz

Seus desejos, suprimidos em meditação

Desde o norte, ventos caninos lhe dilaceram a pele

Ele almeja chegar além, além de pó e ossos

Sente agora que pode mergulhar na própria alma

Sabe que pertence a muitos mundos

Os chamãs do tempo bebem seus segredos

As piras de Aquário lhe abrem os portais da noite

Um dia ele clamou à piedade e à glória dos deuses

Ó terrena desnatureza!

Ó mundana mediocridade!

Quão árdua caminhada

Quão tortuosos caminhos

Quão imponente sapiência

Para deparar a humana pequenez

Isaque
Enviado por Isaque em 26/08/2016
Reeditado em 30/08/2016
Código do texto: T5740206
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