Um elogio aos loucos

Alma mal resolvida

A vida vã

O mundo-verme

A estrela anã

A geometria do cosmo

A ciência dos destroços

A salvação dos auto flagelados

O eu sou mundo

O tempo estático

O fim da história

O linear

Aqui agora

Agora e agorá

A complexidade do simples

E a simplicidade do descomplexado

O caminhar sobre a grama

O ódio dos que diz que ama

E os que amam ao odiar

A vida com a morte

E o discurso subliminar

Dos que diz ao bem

Mas no fundo querem matar

A criação da ilusão pra se realizar

E o real ficção pra te libertar

O microscópio geoide

E a dificuldades de pensar

O sol morto e o reflexo no meu olhar

Os que pregam o amor

Mas padecem da habilidade de amar

Os loucos racionais

E os que acreditam raciocinar

A repetição do novo

E a inaptidão do criar

Os novos mausoléus

Pra vivos enclausurados

O mar sem ondas

E o corpo sem sombra

A divina comédia da vida

De milhões de anos de evolução

O céu de cartolina

O mar de pincel

A folha em branco

A cabeça de papel

Os verme as bactérias

A capacidade de interpretação

Pra meu bem,

Minha verdade

Minha justiça

Minha realidade

Um elogio aos loucos!

E o medo dos tolos sãos

O real ideal ou ideal reação?

A educação sem escola

E a escola sem educação

O salário de esmola

E a esmola da ambição

O vento quente e a chuva salgada,

A água salobra

E a alma estagnada

A crença que condena

A fé que cega

Tal qual o valor de um

O beijo no rosto de Jesus.

O riso ridículo do belo

O olhar humilde da ambição

A faca e o prego

Da despretensão

O liberto num corpo

O corpo preso na personificação.