CORRO OS DEDOS

Nas teclas

Corro os dedos

Corro dos meus medos

Corro dos segredos

Tão guardados

Arquivados

...

Noutra dimensão

Eles estão

...

Sobreviverão?

Ainda que o ontem os tenha engolido

Ainda que o tempo me tenha absolvido

...

Corro os dedos nas teclas invisíveis

Imagino monstros invencíveis

A correr da música erudita

Tão bonita

E tão vaga

Ela me traga

...

Mas que tempo é este?

Quem sou?

Para onde vou?

São perguntas que já me havia feito

Procuro outro jeito

...

Outro jeito de ouvir esta música extraordinária

Viajo, viajo

Vou para uma ária

Sou apenas e tão somente parte da melodia

Sou o outro dia

A loucura quase de existir inexistindo

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 15/12/2016
Código do texto: T5853999
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