O dia esquecido

Uma voz de sonho me chama, o dia clareia.

Café, simpatia, geleia e algumas torradas,

Visto roupas surradas, uma cor em cada meia.

A vila fica para trás, só figuras borradas

Sob a sombra do moinho, a pastorinha faceira,

Quem dera fosse noite, estrelas na face corada.

A miragem se esvai, desço a curva traiçoeira,

Um estranho que enfim abandona sua morada.

Na cidade, as casas brilham sob o sol, douradas.

Do outro lado, a praia, o oceano, canto de sereia.

Vejo as batidas de carros e também as touradas.

Na praia, piratas e sonhadores, tesouros na areia.

Nuvens sufocantes, a tarde segue bem-humorada.

Chegamos tarde para o chá, que venha logo a ceia!

Alguém toca a cítara, vinho e uma torta devorada.

Volto correndo para casa, é noite de lua cheia.

(Poesia incluída no livro "Projeto Poesias Encantadas X - Antologia Poética", publicado pela Editora Becalete/2016)

Alhosal
Enviado por Alhosal em 05/02/2017
Código do texto: T5903450
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