Poetas Refugiados

Uma pedra atirada rasga a escuridão

e ateia o fogo de nossa redenção à clareira aberta na mata que abriga os milagres da comunhão sem o pão

Pois o fermento foi esquecido há tempos

Sento-me a olhar as brasas na fogueira

e o temor não consome meu juízo final

Daqui vejo os navios piratas,

mausoléus dos poetas fugitivos

Passei pelos sois como raios de fogo

E estrelas moribundas caíram do céu nas folhas secas arrastando mistérios num jogo furioso que aos poucos abranda

Estrelas em emissão de luzes caem em reverso saltitando no fundo do riacho e o vazio carrega as plumas atiradas ao vento como pedras

A brisa leve me espanta as travessuras

e traz favos de mel bebidos com a mesma sede da água das nascentes puras...

Caminho nos atalhos deixados

em outras passadas nesta mesma trilha

sem amargura ou sonhos mal sonhados... Sonho.

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 24/02/2017
Reeditado em 24/02/2017
Código do texto: T5923138
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