LUAR DE BRONZE
Lailton Araújo
Nos becos falam que somos
Seres - vivendo e perdidos
Nas bocas soam os gritos
Dos corpos e cromossomos
É sangue jorrando no peito
Na sombra da minha visão
Nas broncas daquela ilusão
Não tenho nenhum segredo
No papel, o olho é de louca
Sem crítica ou credo milenar
Sangrando eu perco a força
Na terra: sou um lobo do mar
Gerando a cria, viva o cio
Do horizonte vem a intuição
Nas longas jornadas serão
Seres maternos e conflitos
O andar já não toca o chão
A voz canta o luar de bronze
Se falar muito, mente, some
Reproduz fielmente o padrão
São corpos levando as pedras
No vapor, na névoa e fumaça
É o ódio disputando a matéria
É o amor aquecendo a massa