RUBOR

Do céu encarnado da alma,
Já pela manhã dos olhos,
Nuvens derretidas
Em plasma e sangue
Vertem da realidade
E entornam nos sonhos
Maculando-os de indelével angústia.

Escorregam pelas veias da tarde morna
Ardidas de ânsias
Caem no abismo do coração da noite
Encharcado de dissabor

Pela fresta dos cortes
Não cicatrizados
Esguicham aos borbotões
Salpicando de gotas de mágoa
Salgadas e tristes
O chão que falta