No peito, dois mundos...

De olhos fechados,

vejo crescer no peito,

vastos campos verdes,

com lindas e coloriadas flores,

grandes e floridas árvores,

um horizonte infinito,

com uma leve brisa,

balançando os cabelos.

Mas quando abro,

vejo um no peito,

um muro de concreto,

cinza, sujo e sólido,

vários homens caídos no chão,

uma cidade destruída,

bombas cruzando o céu,

como estrelas cadentes,

nunca realizam meus pedidos,

buracos,

se fecham sem trabalho,

cada vez mais resistente,

de aço puro,

de rancor puro.

Me tranquei,

dentro dessa fortaleza,

não me permito mais amar ninguém,

nem a mim mesma,

sempre de guarda,

alerta,

com minhas armas engatilhadas,

prontas para o ataque,

qualquer golpe de amor,

devolvo, e respondo,

com um golpe de morte.