ANJO CAIDO
Tenho andado distante
Sem destino, dispersa.
Largada na escuridão
Longe das rimas,
Dos versos que se versa.
Por onde andei,
Nem eu mesmo sei.
Em que curva do caminho
Eu me perdi, me destitui,
Dos sonhos, do fluir.
Se sou anjo, como eu pude!
Fechar as asas, me ajoelhar
Deixar alguém me ferir.
Sofrer, chorar, sangrar
Se eu podia abrir os braços,
Bater asas e voar... Voar...
Mas eu fiquei ali
Encolhida no chão
Desfalecendo de frio
Em noites de solidão
Implorando migalhas de amor
Que vez a outra caiam
Das mãos do meu senhor.
Fria madrugada, perdida na escuridão
Gritos sufocados, soluços abafados,
E uma dor a qual não há definição.
Em meio a lágrimas amargas, me levanto.
Preciso encontrar o caminho pra salvar meu coração.
Sou anjo e também sou fênix
Aprendi a renascer das cinzas
Recolhida no meu mundo, deixo o tempo passar
Vou brotar, vou crescer, e mais forte ainda renascer.
Então, acima das nuvens eu vou voar, voar e voar.
Vou sorrir, vou sonhar e além de tudo... vou me amar.
Vou criar um verso, uma rima, vou versejar
Vou me perder na poesia e sem medo voar, voar, voar...