Em breve a cantilena que vai tocar
parecerá ruir na sonata incrédula 
em breve insensatas côres mudas
como em justiçar a  má orquestra
a que está oculta nuns rochedos 
a tocar requebradas improvisações

Logo estarmos surdos, esfomeados
no pedir alimento infame da verdade
ouvindo a sinfonia sem maestros
o amôr ao longe e nas mãos orando
castigados que somos pelo oceano
as marés desaforadas da mentira

E vejo diante de mim, o olhar escuso
disfarce de uma visão tão ilusória
no toque do despertar revigorante
talvez do amante incerto esquecido
coração que vibrará desconfotável
enterrado na ruidosa pedra farelada

Escureço o semblante a só admirar 
a visão escalar o rochedo estranho
um tônus maculado de minha força
minha mente dolorida em cinzas
o tudo que me faz belamente feia
paradoxo vivo restar vã esperança

Fico pasma em ver o vazio espelhar
a dança esvaindo bailarinas ilusões
as formas da inverdade a tropeçar
o índigo nublar a celestina trevas
meu eu ao dignar calar-se descrer
mata-me os minutos esta surpresa

Momento frágil o surgir encantos 
a mágica do destruidor de mundos
dançar imerso em fugidia simetria
a quebrar sonhos veste diamante
louca o somente reservar intriga
Estou esfomeada e tonta negação


 
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 29/05/2017
Reeditado em 29/05/2017
Código do texto: T6012191
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.