AS BATIDAS CONSAGRADAS

Tilintava o pincel em cores

Deduzindo a vida de amores

Cores amarelas, absurdas

Em alegrias decantava

E bebia, gemia.

Nas praças em silêncio refletia,

Meditava

Com os olhos grudados no chão

Observava as pisadas,

As passadas lentas da vida

O coração doía, sentia

O peso intenso da alma

Que ardia em brasas

Profunda tensão!

Depositava a mente

Nas loucuras e paixão

Balançava em caprichos de paz

Cachimbando ao vento a angústia veraz

E sentia assim as batidas do tambor

O massacre do pilão

Suor do trabalho,

Sangue nas mãos

O calor nos pés

Sacrifícios de terror,

Pulsos do sôfrego labor

Gritos de um clamor.

Me sentia feliz

E voava como seda

Nos céus de agosto

Declamando versos

Que bom gosto!