Em devaneio
O poeta vive em devaneio...
Sonha o seio da amada
e na nulidade do ser se ela o renega...
A linha tênue entre sonho e realidade
é tudo e nada – uma entrega
ampla, irrestrita; a nulidade
do ser que se apega ao devaneio:
A amada, o seio;
a tênue linha se rompe silenciosa
e o poeta nem sabe...
E não lhe cabe mais qualquer razão senão aquela
em que realidade e sonho – tudo,
no fim das contas, é apenas ela:
A amada, o seio
e um devaneio sem qualquer dualidade...
Apenas sonho – saudade!
E salta da janela um poeta que não voa...