O Espetáculo

No raso, bem cá no raso,
poeta é um ilusionista:
só incautos o creem caro.
— "Enganador de baralho" é o caralho!
Vou dessumir elefante,
Alado, avoar o cavalo.
– Que gigante! Louvam o pedante.

— Desvairado público...
é chegada a grande hora,
agora e sempre:
glória, gente, ao Escapista!
Gritam contentes:
— Que inteligente artista!
Louvados sejam os crentes.