O Dia do Minotauro
Dia do Minotauro
Com o Sol na pele
Como ponta de faca.
Labiríntico mundo
Eu solitário sem saída
Ferradura ferida
Ninfas guiam-me, molestam-me, libidinam-me.
Atraentes sádicas,
Maléficas fadas,
Voadoras sereias.
Ninfas alimentam-me,
Caridosas mercenárias.
Com o Sol nos olhos
Como ponta de agulha
Confundo-me entre as sombras.
Hora austero,
Hora aos cantos.
Já não procuro a liberdade,
À prisão acostumado.
Animalesco corpo juvenil
De inocentes presas nutrido
De lágrimas e carne
De gritos e sangue.
Lágrimas em desejo carnal,
Gritos em sangue
Unidos em única tara,
Sexualmente dúbio
Entre instinto animal
E sentimento humano sádico.
Pederasta zoofílico.
Apenas a noite me faz sorrir
Não há minha sombra ao Sol
No chão para me lamentar.