ESTRADA DE FERRO

Todos a bordo do trem cor de céu.
Por veredas espraiadas
Subindo e descendo alto o paredão.
Arbustos e postes ao lado ligeiros
Intrépidos por caminhos roçados, batidos!
Os trilhos se afastam, estreitam!
Convergem e congruem sinuosos obedientes.
As rodas dão voltas reverentes
Ao calor do atrito forjado.
Rumando em surpresas,
Infindáveis belezas de curvas sabidas.
O barulho é o som ambiente
Que afugente o acaso, desavisado absorto na linha de ferro.
Barreiras, imaginárias miragens
Enozando o paralelo do carril reluzente.
Por linhas tortas o comboio de ferro
Se dobra moldado seguindo estressado.
Sobram fumaças, poeiras
Esgueiradas fuligens tossidas.
No berro alarmante
A carruagem de ferro nervosa
Assovia compromissada.
Parcial jornada que acaba!
Apeiam os extasiados
Locados da pregressa viagem.
Enceta o reinicio, baforado convoca na segunda estação!
Nova aventura na trilha de aço
Para os novos alçarem o vôo alado pregados ao chão.
Esse trem cor de anil sem paciência não espera!
Rabugento, sempre atrasado, fiasquento dispara!
Prenunciando o furdúncio abrigado
Que não cessa de recomeçar.
No azul derradeiro infinito
Um pássaro de aço o saúda na trilha do sol
Arrastando a pele dourada do entardecer.