História da Humanidade - Parte I

Tudo que penso

se converte no impossível

possível no cotidiano.

Alternativas são atalhos,

nunca soluções.

Assim como os segredos

não são confissões.

O Tempo passa e o Diabo urra

em sua urna tórrida de ilusão.

Sabe que o Tempo começa a

pisotear em seu crânio.

O Sagrado e o Sacrilégio

andam pareados.

O Vencedor já está predestinado

enquanto o Vencido descansa em sua urna vitral.

Os rituais vão sendo feitos,

um a um,

no gemido das frias madrugadas.

As Constelações se preparam

para o clímax:

- Leão, imponente; apenas aguarda

- Gêmeos riem, fingem ignorar

- Escorpião rumina sua ira, impaciente.

Enquanto isso,

o Negro do Altar se faz Vulto,

e furta o cálice da Promessa.

A Esperança, abalada, corre aos Céus,

e intriga os anjos,

contra o Negro Vulto.

Os anjos revoltados com o rebelde

clamam uma audiência com Deus,

também chamado Cosmo.

Irado, Cosmo revira galáxias,

explode estrelas

estremece órbitas e destrói planetas

na busca do Insano.

Na outra extremidade da linha da Vida

o Vulto viaja pelo Tempo:

vê pessoas e animais diferentes,

e vários santuários,

alguns repletos de fiéis escravos

outros, desertos de almas.

E o Vulto vê a Promessa dentro do cálice

e chora amargurado por sete milênios seguidos

pois só agora sabe que luta pelo perdido.

E enqquanto o Vulto chora

o Cosmo extrapola:

cria novas Eras

novos Mundos moribundos

dilacera o Caído e soergue seus domínios.

E assim vai ampliando seus poderes

preenchendo a fina reta da Vida.

Os crematórios vão sendo construídos

e o Vulto recebe o nome de Profano.

Lady Loen
Enviado por Lady Loen em 15/08/2007
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