para além do horizonte...

ameixas amarelas

no verde da folhagem

vem a luz do sol se misturar

escorre a aquarela

como chuva dourada e fluida

E eu sempre a buscar a cor dos dias

o som dos ventos

a canção que brota de repente

das almas florescidas

Mas faz-se silêncio repentino

Um pássaro voou para nunca mais

e levou meus olhos nas asas

naquela manhã de primavera

que prometia

Amarelaram-se as páginas dos poemas

e eu renascendo para além do horizonte

na tela de um pintor distraído

no sonho de um poeta triste

na música dos ventos e cachoeiras

no espaço infinito das almas viajantes..