Teoria da Existência

Vivo? É certo, estou! Sem controversa,

Enquanto não provem o contrário!

Estou vestido de esperança e paz,

De sonhos, cores vivas e poesia!

Sinto a vida! Ganhei-a de presente...

Que presente! Deixei de ser ausente,

Neste tempo que enlouquece os vivos,

Grito, sobre a terra: vivo a vida... Viva!

Eis-me vivo! Sem o selo da morte!

Respiro, mesmo no mar turbulento,

Faz sentido! Aspiro o ar vivo da vida!

Se morto, advinha? Vazio e dormência!

Sinto o cheiro da vida... das estrelas,

Mesmo quando o odor da partida surge,

E entre guerras de essências e odores,

Vence, com louvor, a fragrância da vida!

Ah, vida minha, és vida de verdade?

Ou fantasia perdida no reino realista,

Se for mentira, exijo, conta outra...

Finjo que existo! Mentira justificada!

Meus olhos estão abertos! Sinto isto,

Mesmo escondido dentro da existência,

Sim, posso provar, num simples discurso,

Vivo e direto... coerente e sem ruídos!

Tenho emoções guardadas! Outra prova,

Estão embaladas num saco de vida,

Abro-as, embaralho e tiro respostas,

São tantas... perco-me no meu mundo!

E esse negócio de virar pó? Papo sério!

O nome morre, como nasce o silêncio,

Torno-me estranho pra mim mesmo,

Fica tudo vazio... um copo sem água!

O fim, bem distante, talvez se aproxima...

O medo da partida contradiz a vida,

Se perco-a, junto vai, toda minha história,

E morre junto os versos da minha poesia.

Cláudio Francisco
Enviado por Cláudio Francisco em 11/09/2017
Reeditado em 11/09/2017
Código do texto: T6111482
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