Sentimentos aleatórios

Há dias de sol nublado,

o horizonte nasce apagado,

lágrimas que correm para o oceano,

desaguando as dores do coração humano...

Jogando os dados do destino,

números aleatórios em minha vida,

mantendo um sentimento clandestino,

nesse outono vespertino...

Há dias de chuva ensolarada,

a esperança se enrosca na escada,

sorrisos que abraçam uma flor delicada,

enraizando uma vontade descomplicada...

Jogando cartas marcadas,

valetes com expressões invocadas,

desejando estar de alma purificada,

para observar gráficos de paixões mensuradas...

Há dias de inverno quente,

versejando sobre poesias angustiantes,

no discurso mais eloquente,

tentando capturar verdades aparentes...

Jogando um xadrez perdido,

reis destituídos de seus postos de poder,

avançando sobre um amor incompreendido,

para no cemitérios dos vivos morrer...