Enígmas na vida que todo mundo tem

Ah, que bom se a gente se encontrasse,

sem que isso ninguém nada combinasse,

meio assim, fruto do acaso.

Ah, mas não vai dar, pois não creio no acaso.

Ele soa meio assim, como se no espetáculo da vida,

nós não tivéssemos as orientações de um diretor,

aquele da peça e que também nos prega peças,

nos diversos dramas e gargalhadas hilárias as vezes sem um porquê.

Quer saber: eu creio no destino

e esse, sim, age como um menino,

aquele mesmo que habita na gente desde o nascimento

e que nos faz ficar surpresos com cada atitude.

Ah, que bom se eles se encontrassem

e se não tiverem que falar muito -o que é difícil,

pode ser o sinal de que não foi meramente casual

e que esse encontro já pode ter havido um dia.

Não viemos ao mundo para entende-lo,

pois quem já atingiu esse estágio, como num pleonasmo,

tem os seus amores todos correspondidos,

inclusive o amor a si mesmo,

pois é preciso primeiro se amar,

para assim e por fim, poder amar alguém.

Coisas da filosofia, incorporada nessa poesia,

escrita para declamar pra você...

mas por quê?

É melhor nem saber.

Aquele amor não correspondido não é fruto do acaso,

de alguma parte pode ter sido um simples caso,

mas nem mesmo assim o casual foi coincidência.

O reator e o condensador necessitam de muito mais energia.

A poesia não nasce do nada. É preciso haver uma musa,

de carne e osso, com cabeça e pescoço ou imaginária,

mesmo que esteja confusa, mas se for comprometida,

será para dor de cotovelo, mas mesmo assim haverá um poema.

Também não creio no incondicional,

se para nascermos provocamos sofrimento

e se quando morremos é o mesmo sentimento,

é sinal de que tudo na vida está diretamente relacionado.