Fogo na Serra de Jaraguá
Minha Serra Jaraguense,
Meu peito se fez ferido
Ao de ti ouvir o tão sofrível gemido.
Inerte em chamas era varrida de fora à fora,
Os passáros que lhe alegravam as manhãs, foram embora.
O fogo que vestiu o teu corpo, a deixaste nua.
Minha serra, nesta noite a fumaça encobriu tua lua.
Aqui embaixo enquanto os anjos tentavam te salvar,
Nós, os mortais, entoavamos rezas para te consolar.
Suas lágrimas mesclaram-se às nossas em um mesmo sofrer,
Eu, a poetisa que te ama, senti o que é morrer sem deixar de viver.
Serra de Jaraguá, coisa linda de se ver,
O tempo a de remediar um pouco do seu padecer.
O sonho é grande, que no ano que vem seja diferente.
Que as pessoas valorizem seu verde resplandecente.
Que o fogo não te consumas como agora,
Que cinzas não cubram o corpo florido de outrora.
Ai, minha serra, como me dói imaginar tudo que perdestes.
Mas, não perca a fé minha linda, levarei a ti beijos dias destes.
Espero poder lhe amenizar a dor plantando sementes então.
Pequenos tesouros á serem guardados em teu coração.
Ó minha amada, minha querida!
Recupera o teu viço e venha alegrar minha vida!
Minha serra que tão linda outra não há,
Minha vida se prende, aos teus pés, Serra de Jaraguá!